Localizado no bairro de Talatona em Luanda - Angola, o Centro Empresarial  foi projetado visando criar um espaço que concentre as empresas do grupo, em um ambiente diferenciado e atraente.

Em um terreno de esquina com 4.246 m2 foi implantada uma torre quadrada com construção aproximada de 25.268 m2. Esta área distribui-se por dois subsolos, pavimento térreo, seis pavimentos tipo, um pavimento com apartamentos, pavimento de cobertura, ático e heliponto.

Criatividade e funcionalidade estão presentes no edifício proposto. É disponibilizada moderna infraestrutura que privilegia a economia construtiva e operacional, e preserva a qualidade, estilo, beleza e conforto ambiental, criando principalmente uma qualidade do ambiente construído que dá ênfase ao maior patrimônio das empresas: seu capital humano.

Revestidas em granito com fechamentos em chapas de alumínio expandido que têm dupla função: pelo lado de cima da marquise é um guarda-corpo, enquanto pelo lado de baixo funciona efetivamente como um brise-soleil.

A complementação deste conjunto com a colocação de floreiras na extremidade dessa laje, permite não apenas um jardim externo para quem está no pavimento, como também permite que as plantas “caiam” no brise do pavimento inferior.

A marquise, o brise e as plantas proporcionam significativa redução da incidência solar direta sobre as superfícies envidraçadas e consequentemente, redução da carga térmica incidente sobre o sistema de condicionamento de ar, contribuindo para a eficiência energética.

Estas marquises caracterizam ainda um “corredor externo” de manutenção e limpeza tanto das floreiras como das áreas envidraçadas.

Os dois blocos “cegos” propostos nos cantos nordeste e sudoeste comportam as instalações de infraestrutura necessárias a cada pavimento. Ocupam um terço da extensão das elevações norte e oeste, somando às iniciativas já descritas de redução da insolação direta nos pavimentos.

As marquises, que neste trecho funcionam como um grande shaft, fechadas em sua altura total pelas chapas de alumínio, criam uma situação confortável para manutenção com as tubulações todas aparentes, e  de máquinas, e ventilação permanente e generosa nos sanitários, copas, salas operacionais, salas técnicas e demais instalações localizadas nestes blocos.

Todo o edifício recebe um coroamento com pilares e vigas revestidos em granito, compondo um conjunto vazado através do qual se pode enxergar da rua, o jardim existente sobre a cobertura.

Um grande “teto-verde” que dá proteção térmica ao topo do prédio, agrega beleza e integração à natureza, e permite aos usuários relaxamento e contemplação, seja do paisagismo aí cuidadosamente implantado, seja da observação da paisagem do entorno.
Como um grande eixo ascendente que liga o térreo aos jardins da cobertura onde circulam dois modernos elevadores panorâmicos, existe um átrio central, emoldurado em todos os demais pavimentos por imponente floreira, com vegetação exuberante, vista por quem está nos pavimentos das mesmas ou em qualquer outro ponto do edifício.

CONCEPÇÃO TÉCNICA

O edifício, concebido em parceria com os arquitetos Edson Bassi e Telma Santini, implantado em uma modulação estrutural de 7,50m, todo com múltiplos de 1,25m proporciona racionalidade e economia à obra, já que a imensa maioria dos produtos industrializados a serem empregados se utiliza de medidas compatíveis a tal modulação, evitando desperdícios com material e mão de obra.
A estrutura, bem como as alvenarias periféricas, recebe revestimento em granito rosa polido, fixados com uso de peças metálicas (aço inoxidável ou alumínio), garantindo absoluta perfeição nos prumos e alinhamentos, compondo elegante conjunto com os caixilhos de alumínio, anodizados em suave bronze, que recebem vidros num tom de verde bem claro.

A criação dos shafts junto às áreas técnicas, operacionais e sanitárias, permite extrema facilidade nas operações de manutenção e reparos das instalações.
A instalação de uma estação de tratamento permite o reuso das águas servidas para irrigação das áreas verdes e nos vasos sanitários, com grande economia de água potável; a captação e reserva das águas pluviais é outra medida que contribui na mesma direção; a água não potável do espelho d’água é constantemente bombeada, filtrada e tratada sem adição de produtos químicos, e necessita apenas da reposição das perdas por evaporação. A caixa d’água é dividida em pares de células, afim de facilitar manutenções, destinadas a reserva de incêndio, água potável e de reuso.

A coleta com separação dos resíduos úmidos (orgânicos) e secos (recicláveis) do Centro Empresarial, é uma das iniciativas que demonstra a responsabilidade sócio-ambiental do grupo à medida que permite não apenas a redução do volume final de resíduos a serem destinados a aterros sanitários, como também possibilita alternativas de geração de trabalho e renda com os recicláveis.

As fachadas principais são voltadas para as ruas (leste e sul), com insolação mais amena, tratadas arquitetonicamente com uma “grelha” de granito rosa polido e vidro sem preocupação com sombreamento, enquanto as elevações norte e oeste, mais castigadas pela insolação, são tratadas de forma diferenciada, com os mesmos materiais, com marquises em balanço que funcionam como anteparos solares.
O tratamento ambiental de todo o conjunto, como um oásis dentro do ambiente urbano, recebe ainda um grande espelho d’água junto ao acesso do Centro Empresarial. A presença do elemento água em circulação constante embeleza e melhora o conforto térmico.